"Tudo é tão simples que cabe num cartão postal..."
Cazuza

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Eu mistério




"Com todo perdão da palavra, eu sou um mistério para mim."
(Clarice Lispector)

Ponto Final :Crônicas sobre os anos de 1960 e suas desilusões

Em Ponto final, o jornalista Mikal Gilmore, um dos principais críticos norte-americanos de música popular, traça o perfil da geração que transformou os anos 1960 num mundo de sexo, drogas e rock’n’roll. O livro, que reúne ensaios de fôlego publicados nos últimos quinze anos, monta um painel diversificado da sociedade e da música nos Estados Unidos e na Inglaterra num período em que a influência da cultura jovem foi particularmente forte.

Radical na arte e na vida, essa nova geração de músicos e escritores muda costumes, polariza a sociedade, tenta reinventar o mundo, e tudo isso é captado pelas antenas atentas do autor. A loucura hippie do Verão do Amor na Califórnia, a fulminante ascensão e queda de Jim Morrison, a Liverpool dos Beatles, o Pink Floyd na estrada - não há personagem ou evento relevante da época que tenha escapado ao olhar de Gilmore.

Embora trabalhe com personagens emblemáticos, o autor consegue dizer algo de novo sobre cada um deles, proeza que se deve ao método de investigar a vida à luz da obra, e vice-versa, no melhor estilo do jornalismo cultural americano. No entanto, Gilmore não se coloca como observador isento: escreve como integrante do mundo que retrata em suas crônicas, do qual às vezes chega a ser personagem (quando Timothy Leary, doente terminal, transformou a própria morte num happening lisérgico, lá estava Gilmore ao lado do leito).

Essa perspectiva, que torna única a galeria de astros reunida pelo autor, não significa que o leitor terá em seu relato a visão do fã; por mais que se identifique com o objeto abordado, Gilmore é, antes, o admirador crítico, cuja honestidade intelectual não lhe permite fugir de temas difíceis, como o fato de tantos heróis da época terem sucumbido às drogas. Sem um pingo de moralismo ou adjetivação vazia, Ponto final está repleto de narrativas sobre o lado sombrio dos astros do rock, alguns dos quais nunca voltaram da descida ao inferno.


Fonte:http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=12759


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Gustav klimt










Gustav Klimt foi um artista de quadros exuberantes que admirava as mulheres e acreditava no domínio feminino explorando suas figuras com sensualidade extrema chegando ao sexual. Evidenciou o feminino em grande parte de sua obra, sendo criticado por conservadores, incompreendido pelo erotismo que retratava e várias vezes sendo rotulado de pornográfico. Contudo foi o artista vienense mais querido e admirado do seu tempo.
Um artista de extrema importância que simboliza o estilo art nouveau da virada do século 19 para o século 20, assim como também simboliza os questionamentos e transformações humanas comportamentais na fase de transição dos séculos. Acreditava na libertação pela arte e era influenciado por Nietsche, Wagner e Schopenhauer. Nasceu em 1862 no subúrbio de Viena, Áustria, e foi o segundo de sete irmãos de uma família humilde.
Após concluir os estudos primários então com 14 anos foi admitido na Escola das Artes Decorativas, ligada ao Museu Austríaco Imperial e Real de Arte e Indústria de Viena, tendo sido seu trabalho de admissão um desenho de uma cabeça feminina, feito a partir de um molde de gesso.
Nesta escola, junto com seus irmãos Ernest e Georg, Klimt estudou desenho ornamental, teoria de projeções, perspectiva e teoria do estilo entre outros temas que acompanhavam em aulas práticas e foi o único aluno desta escola a ter uma grande carreira artística. Com seu irmão Ernest e seu amigo Frans Matsh, Klimt trabalhou nos vitrais da Igreja Votiva.
Por volta de 1880 Klimt, Ernest e Matsh fundaram a Companhia dos Artistas e através da empresa Fellner und Hellmer, especializada em construção de teatros, conseguiam trabalhos realizando painéis decorativos, entre eles a escadaria do Museu de Arte de Viena. Nesta época entrava em cena na Europa a arte floral e seu estilo pessoal começava a surgir, quando em 1891 foi contratado para pintar um painel no Teatro Imperial de Viena. Klimt neste painel retratou um imenso quadro da elite vienense desertando olhares e admiração. A partir desta pintura a ingressou no mundo cultural da burguesia e foi premiado ao final do trabalho com a Cruz de Mérito de Ouro (1888).
Com a morte de seu irmão no ano seguinte, Klimt fechou a Companhia dos Artistas e passou a decorar casas particulares e fazer retratos ao mesmo tempo em que ingressava na Sociedade dos Artistas Vienenses, porém esta sociedade era composta por conservadores e ele não ficou por muito tempo.
Permaneceu assim até 1894, quando foi convidado pelo Ministro da Cultura, Von Hartel a pintar o Salão Nobre do Anfiteatro da Universidade de Viena. O tema a ele sugerido para os quadros era A Vitória da Luz sobre a Escuridão, para representar a Filosofia, a Medicina e a Jurisprudência. Klimt rejeitou o tema e abandonou seu estilo adotado até então, adotando o estilo art nouveau, provocando espanto entre os tradicionalistas.
Klimt recebeu duras e impiedosas críticas por ter realizado uma obra “pessimista e com grande simbolismo erótico”. Criou polêmica ao pintar corpos femininos nus em poses consideradas obscenas para a época, com rostos e expressões com ar de lascívia e mórbida sensualidade, olhos semifechados e bocas entreabertas.
Ele, junto com seu novo grupo estavam entusiasmados com as novas propostas artísticas que surgiam na Europa e fundaram em 1897 o Secessão, que era um grupo de dissidentes que haviam rompido com os conservadores da Sociedade de Artistas Vienenses. Este grupo era liderado por Klimt e logo uniram-se a ele escritores, artistas e políticos de correntes de esquerda. Eles também editavam a revista “Ver Sacrum”, onde Klimt fez várias ilustrações. Em 1898 o Secessão realizou a primeira mostra e com a renda desta construíram o Palácio do Secessão, que funcionou como sede para o movimento.
A partir de 1902 ocorreram notáveis mudanças na linguagem visual de seus trabalhos, e o simbolismo tornou-se mais acentuado nas obras que ele realizava.
Em 1905 Klimt decide rescindir o contrato com Os Quadros da Faculdade” , devolve ao Estado os honorários pelo seu trabalho, deixa o Secessão e vai para Berlim participar da exposição da Aliança dos Artistas Alemães, onde recebe o Prêmio Villa Romana. Seus quadros A Medicina, A Filosofia e A Jurisprudência foram retomados pelo Estado e queimados depois, na Áustria.
Ele une-se aos pintores Egon Schiele e Oskar Kokoschka, também austríacos e viaja pela Europa, agora cada vez mais sua obra ganha personalidade e vai tornando-se especialista em pintar figuras femininas envoltas em ricas e grandiosas ornamentações, consagrando definitivamente seu estilo e dando início à fase mais reconhecida de sua carreira, chamado Fase Dourada. Nesta fase Klimt buscou inspiração na estética de arte bizantina, com formas geométricas, trabalhando bidimensionalidade, os mosaicos onde retratava o feminino de forma figuritivista e com muitos adornos. O realismo somente fica presente ao retratar rostos e mãos com perfeição. As roupas e fundos dos quadros são tomados por ricos ornamentos, arabescos, espirais e muitos e pequenos objetos trabalhados em infinitas formas e cores quentes, douradas e metálicas exuberantes. É a dualidade representada de várias maneiras, como a abstração e o realismo, a alegria e a tristeza, o domínio e a submissão, no mesmo quadro.
De muitos produzidos nesta época, dois quadros ganham grande importância, um deles é O Beijo, considerado como o auge do período, onde Klimt retrata Emilie, sua amante e ele mesmo em fusão de dois corpos em um beijo apaixonado e em Dánae, um quadro provocativo de uma mulher ruiva, adormecida entre moedas de ouro e espermatozóides.
Nos primeiros anos do século 20 a fase dourada vai dando espaço ao expressionismo. Em 1909 Klimt viaja para Paris entrando em contato com o fauvismo e com obras de Toulouse-Lautrec, criando agora cenários menos elaborados e fazendo cada vez menos uso de figuras geométricas e dos tons dourados. É quando pintou o quadro O Chapéu de Plumas Negras, A Vida e a Morte, A Virgem, e também quando há a inclusão de novos elementos em seus quadros como natureza e água. Klimt cria paisagens campestres e do Castelo Kammer, sua propriedade, o Castelo Kammer, nota-se também influência do cubismo.
Em 1910 participou da Bienal de Veneza tendo aprovação unânime e recebeu o prêmio da Exposição Internacional de Roma.
Obras mais eróticas são produzidas a partir deste momento pelo artista, são mais de 3000 desenhos de modelos nus que frequentavam seu ateliê e Klimt foi acusado de exagero erótico por Ornamentação e Crime, outros quadros dessa época são Masturbação Feminina, Adão e Eva e Mulher Sentada com as Coxas Abertas.
Com o começo da Primeira Guerra Mundial em 1914 e com o falecimento de sua mãe em 1915 acontece uma mudança em sua obra, Klimt adota a monocromia em suas paisagens tornando seus quadros mais sombrios.
Finalmente em 1917 recebeu reconhecimento e foi admitido na Academia de Arte de Viena, sendo eleito membro honorário da entidade. Porém faleceu no ano seguinte de apoplexia, conhecida como AVC, e foi enterrado em Viena.

Fonte:http://rodreis.com/2011/01/08/biografia-gustav-klimt/


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Yellow Submarine

"Nós gravamos esse disco para os Stones..."
Paul McCartney, 1966

" Estou cansado de fazer coisas que as pessoas podem dizer que já ouviram antes.'
Paul McCartney

O ano é 1966 o disco é Revolver este é citado como o momento em que os Beatles começaram a se desentender, fizeram seu último algumas semanas depois do lançamento do disco,Lennon e Mcartney não estavam mais compondo juntos e Harrison se remoia de ressentimento.
Revolver repercutiu por décadas.

Para ver o passo a passo só clicar aqui:
http://nibarrozo.blogspot.com/2010/11/projeto-yellow-submarine.html

sábado, 17 de setembro de 2011

Vontade de Viver





"Não importa se a estação do ano muda...
Se o século vira, se o milênio é outro.
Se a idade aumenta...
Conserva a vontade de viver,
Não se chega a parte alguma sem ela."

Fernando Pessoa

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Desobediência

"Trago esse sorriso por desobediência.

Desobedeço a tristeza."

Vanessa Leonardi

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Seu Jeito




"Se depender de mim, nunca ficarei plenamente maduro

nem nas idéias, nem no estilo,

mas sempre verde, incompleto, experimental".

Gilberto Freyre

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Reciclando e Reaproveitando-Luminárias


  De Lâmpada Fluorescente

 De Latinha de Leite

 De Copinho de Café

 De Colchão de Mola

 De Balde de Ferro

 De Papel

 De Penas

 De Sisal

 De Papel

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Pecadinhos


"Cordeiro de Deus que tirai os pecados do mundo
Tende piedade dos pecadinhos,
Que de tão pequenininhos não fazem mal à ninguém.

Perdoai nossas faltas
Quando falta o carinho,
Quando flores nos faltam
Quando sobram espinhos.
Eu que vivo na flauta
Vivo tão pianinho,
Vou virar astronauta
Pra entender o caminho. "
Ceumar

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Menina com Gato e Piano.

"A arte consiste em fazer os outros sentir o que nós sentimos, em os libertar deles mesmos, propondo-lhes a nossa personalidade para especial libertação.

Fernando Pessoa"


Uma releitura de Di Cavalcanti de 1965, pintado por mim ,apaixonei por este quadro, me passa alegria,força e uma vida que explode em cores.

Sobre Di Cavalcanti:
Di Cavalcanti ,além de idealizar a Semana de 1922, foi ainda o principal responsável pelo surto de uma pintura temática nacional, dominante após aquele movimento. Apesar de suas ligações com a Escola de Paris e o Cubismo, é um pintor profundamente carioca e brasileiro. A sua obra reflete como nenhuma outra, pela extensão no tempo, a vida do nosso povo. O carnaval, o ritmo e a ginga dos sambistas, as baianas, as mulatas capitosas, as mulheres da vida, os passistas, os malandros, os seresteiros, os bailes de gafieira, os trabalhadores, a paisagem, enfim a própria vida do País está presente em sua pintura, que é sempre vigorosa. A sensualidade brasileira está nas linhas, formas e cores, expressionistas de suas telas. E durante o auge da abstração, ele foi aqui o seu maior contestador, sendo também o primeiro a vislumbrar a sua decadência.
A obra do Di Cavalcanti nos leva a um contato direto com um dos símbolos do Brasil: a mulata brasileira, com sua feminilidade, sensualidade e ao mesmo tempo uma força, uma raça, que Di Cavalcanti soube como ninguém retratar.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011