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Cazuza

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Gustav klimt










Gustav Klimt foi um artista de quadros exuberantes que admirava as mulheres e acreditava no domínio feminino explorando suas figuras com sensualidade extrema chegando ao sexual. Evidenciou o feminino em grande parte de sua obra, sendo criticado por conservadores, incompreendido pelo erotismo que retratava e várias vezes sendo rotulado de pornográfico. Contudo foi o artista vienense mais querido e admirado do seu tempo.
Um artista de extrema importância que simboliza o estilo art nouveau da virada do século 19 para o século 20, assim como também simboliza os questionamentos e transformações humanas comportamentais na fase de transição dos séculos. Acreditava na libertação pela arte e era influenciado por Nietsche, Wagner e Schopenhauer. Nasceu em 1862 no subúrbio de Viena, Áustria, e foi o segundo de sete irmãos de uma família humilde.
Após concluir os estudos primários então com 14 anos foi admitido na Escola das Artes Decorativas, ligada ao Museu Austríaco Imperial e Real de Arte e Indústria de Viena, tendo sido seu trabalho de admissão um desenho de uma cabeça feminina, feito a partir de um molde de gesso.
Nesta escola, junto com seus irmãos Ernest e Georg, Klimt estudou desenho ornamental, teoria de projeções, perspectiva e teoria do estilo entre outros temas que acompanhavam em aulas práticas e foi o único aluno desta escola a ter uma grande carreira artística. Com seu irmão Ernest e seu amigo Frans Matsh, Klimt trabalhou nos vitrais da Igreja Votiva.
Por volta de 1880 Klimt, Ernest e Matsh fundaram a Companhia dos Artistas e através da empresa Fellner und Hellmer, especializada em construção de teatros, conseguiam trabalhos realizando painéis decorativos, entre eles a escadaria do Museu de Arte de Viena. Nesta época entrava em cena na Europa a arte floral e seu estilo pessoal começava a surgir, quando em 1891 foi contratado para pintar um painel no Teatro Imperial de Viena. Klimt neste painel retratou um imenso quadro da elite vienense desertando olhares e admiração. A partir desta pintura a ingressou no mundo cultural da burguesia e foi premiado ao final do trabalho com a Cruz de Mérito de Ouro (1888).
Com a morte de seu irmão no ano seguinte, Klimt fechou a Companhia dos Artistas e passou a decorar casas particulares e fazer retratos ao mesmo tempo em que ingressava na Sociedade dos Artistas Vienenses, porém esta sociedade era composta por conservadores e ele não ficou por muito tempo.
Permaneceu assim até 1894, quando foi convidado pelo Ministro da Cultura, Von Hartel a pintar o Salão Nobre do Anfiteatro da Universidade de Viena. O tema a ele sugerido para os quadros era A Vitória da Luz sobre a Escuridão, para representar a Filosofia, a Medicina e a Jurisprudência. Klimt rejeitou o tema e abandonou seu estilo adotado até então, adotando o estilo art nouveau, provocando espanto entre os tradicionalistas.
Klimt recebeu duras e impiedosas críticas por ter realizado uma obra “pessimista e com grande simbolismo erótico”. Criou polêmica ao pintar corpos femininos nus em poses consideradas obscenas para a época, com rostos e expressões com ar de lascívia e mórbida sensualidade, olhos semifechados e bocas entreabertas.
Ele, junto com seu novo grupo estavam entusiasmados com as novas propostas artísticas que surgiam na Europa e fundaram em 1897 o Secessão, que era um grupo de dissidentes que haviam rompido com os conservadores da Sociedade de Artistas Vienenses. Este grupo era liderado por Klimt e logo uniram-se a ele escritores, artistas e políticos de correntes de esquerda. Eles também editavam a revista “Ver Sacrum”, onde Klimt fez várias ilustrações. Em 1898 o Secessão realizou a primeira mostra e com a renda desta construíram o Palácio do Secessão, que funcionou como sede para o movimento.
A partir de 1902 ocorreram notáveis mudanças na linguagem visual de seus trabalhos, e o simbolismo tornou-se mais acentuado nas obras que ele realizava.
Em 1905 Klimt decide rescindir o contrato com Os Quadros da Faculdade” , devolve ao Estado os honorários pelo seu trabalho, deixa o Secessão e vai para Berlim participar da exposição da Aliança dos Artistas Alemães, onde recebe o Prêmio Villa Romana. Seus quadros A Medicina, A Filosofia e A Jurisprudência foram retomados pelo Estado e queimados depois, na Áustria.
Ele une-se aos pintores Egon Schiele e Oskar Kokoschka, também austríacos e viaja pela Europa, agora cada vez mais sua obra ganha personalidade e vai tornando-se especialista em pintar figuras femininas envoltas em ricas e grandiosas ornamentações, consagrando definitivamente seu estilo e dando início à fase mais reconhecida de sua carreira, chamado Fase Dourada. Nesta fase Klimt buscou inspiração na estética de arte bizantina, com formas geométricas, trabalhando bidimensionalidade, os mosaicos onde retratava o feminino de forma figuritivista e com muitos adornos. O realismo somente fica presente ao retratar rostos e mãos com perfeição. As roupas e fundos dos quadros são tomados por ricos ornamentos, arabescos, espirais e muitos e pequenos objetos trabalhados em infinitas formas e cores quentes, douradas e metálicas exuberantes. É a dualidade representada de várias maneiras, como a abstração e o realismo, a alegria e a tristeza, o domínio e a submissão, no mesmo quadro.
De muitos produzidos nesta época, dois quadros ganham grande importância, um deles é O Beijo, considerado como o auge do período, onde Klimt retrata Emilie, sua amante e ele mesmo em fusão de dois corpos em um beijo apaixonado e em Dánae, um quadro provocativo de uma mulher ruiva, adormecida entre moedas de ouro e espermatozóides.
Nos primeiros anos do século 20 a fase dourada vai dando espaço ao expressionismo. Em 1909 Klimt viaja para Paris entrando em contato com o fauvismo e com obras de Toulouse-Lautrec, criando agora cenários menos elaborados e fazendo cada vez menos uso de figuras geométricas e dos tons dourados. É quando pintou o quadro O Chapéu de Plumas Negras, A Vida e a Morte, A Virgem, e também quando há a inclusão de novos elementos em seus quadros como natureza e água. Klimt cria paisagens campestres e do Castelo Kammer, sua propriedade, o Castelo Kammer, nota-se também influência do cubismo.
Em 1910 participou da Bienal de Veneza tendo aprovação unânime e recebeu o prêmio da Exposição Internacional de Roma.
Obras mais eróticas são produzidas a partir deste momento pelo artista, são mais de 3000 desenhos de modelos nus que frequentavam seu ateliê e Klimt foi acusado de exagero erótico por Ornamentação e Crime, outros quadros dessa época são Masturbação Feminina, Adão e Eva e Mulher Sentada com as Coxas Abertas.
Com o começo da Primeira Guerra Mundial em 1914 e com o falecimento de sua mãe em 1915 acontece uma mudança em sua obra, Klimt adota a monocromia em suas paisagens tornando seus quadros mais sombrios.
Finalmente em 1917 recebeu reconhecimento e foi admitido na Academia de Arte de Viena, sendo eleito membro honorário da entidade. Porém faleceu no ano seguinte de apoplexia, conhecida como AVC, e foi enterrado em Viena.

Fonte:http://rodreis.com/2011/01/08/biografia-gustav-klimt/


5 comentários:

  1. amei o seu perfil e todas as postagens.

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  2. Estava pesquisando sobre Klint e vim parar no seu blog... vou seguir... adorei a postagem! Parabéns.

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  3. Barbaro! Adoro klint e amei o blog

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  4. Eu não o conhecia, mas amei suas obras... Valeu por desvendar-me os olhos...
    Débora

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  5. Sou apaixonada pelas obras de Gustav Klimt e adorei seu blog.... Alessandra

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